segunda-feira, 14 de março de 2011

conchas ou asas?

                                                                                                                                  Foto: Lilian Goulart
Só agora eu sinto que as minhas asas eram maiores que as dele, e que ele se contentava com os ares baixos: eu queria grandes espaços, amplitudes azuis onde meus olhos pudessem se perder e meu corpo pudesse se espojar sem medo nenhum. Queria e quero — ainda. Voar junto com alguém, não sozinho. Mas todos me parecem tão fracos, tão assustados e incapazes de ir muito longe.
Talvez eu me engane, e minhas asas sejam bem mais frágeis que meu ímpeto. Mas se forem como imagino, talvez esteja fadado à solidão.

C.F.Abreu

Nenhum comentário:

Postar um comentário